O programa do Movimento 2022: O Brasil que Queremos recebeu, nos estúdios da TV SUPREN, canal de comunicação da União Planetária, o psiquiatra Ricardo Albuquerque Lins. A entrevista teve como objetivo abordar questões importantes sobre transtornos mentais que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afetam de 20 a 25% da população em um dado momento da sua vida. Além dele, o programa entrevistou, no mesmo mês, a economista Maria Elenita e o professor da Universidade de Brasília (UnB), Murilo Silva Camargo.
Formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ricardo Albuquerque fez residência medica em medicina preventiva e social no Instituto de Saúde coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e residência em psiquiatria na Fundação de Ensino e Pesquisa (Fepecs). Atualmente, é diretor do Instituto de Saúde Mental do Distrito Federal (ISM).
Para o psiquiatra, a saúde mental no Brasil vem enfrentando diversos desafios desde a implementação das novas políticas de reorientação do modelo de saúde mental no país. “A construção desse novo modelo, baseado numa política muito alinhada com a priorização da atenção primária em saúde, da atenção básica, em conexão, ou seja, a atenção em saúde mental deve estar em muita conexão com a atenção primária, inclusive acontecendo na atenção primária, com um olhar em, primeiro, acolhimento. Então a saúde mental, ela tem uma prioridade: primeiro, cuidar das pessoas, no seu território de preferência, através do acolhimento na prática cotidiana”, defende. Para ele, ações priorizando os serviços de atenção primária em saúde podem diminuir a percepção e detecção precoce de problemas por parte do Sistema de Saúde.
Conjuntura atual do Brasil
Formada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará, mestre em análise de Sistema e Aplicações pelo Instituto de Pesquisa Espaciais e doutorado em computação pela Universidade de Manchester, Maria Elenita Meneses Nascimento contou ao apresentador do programa Movimento 2022: O Brasil que queremos sobre sua atuação na criação do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília, onde é professora.
Com uma formação multidisciplinar, Maria Elenita disse que tentou trabalhar sempre “nessa vertente entre computação, sair um pouco da construção de modelos de simulação, que era lá do estudo das bacias hidrográficas”.
Sobre a criação do CIC/UnB, ela lembrou que “a ciência da computação naquele momento, por volta de 1984, já estava despontando como departamentos mesmo e não só ligados à outras áreas, como departamento de estatística e departamento de matemática, que originalmente, sobretudo no Brasil, começou assim”, explicou.
No final do programa, a professora analisou a conjuntura atual das universidades públicas. “O país, como é de domínio público, passa por uma crise política sem precedentes e por um ajusto econômico, que eu diria, brutal. Só que os impactos a médio e longo prazo, não estão sendo devidamente, eu diria, avaliados… E aí caí exatamente porque eu nunca consegui entender isso no Brasil… as instituições que estão fazendo um trabalho importante, como são as universidades, elas serem atacadas da maneira que estão sendo. Considero isso uma negligência do governo”, disse, e defendeu que a sociedade acadêmica entre com um processo de defesa da universidade pública.
Por fim, para fechar o mês de abril, o programa recebeu o professor da UnB, Murilo Silva de Camargo, para falar sobre o estado atual da educação no Brasil e a importância da educação para o desenvolvimento econômico e social do país.
Para o professor, “o estrangulamento financeiro orçamentário das universidades públicas coloca em perigo muitos dos avanços conquistados ao longo dos anos”. Além disso, ele defendeu a necessidade de novas reformas na estrutura da educação brasileira e medidas para melhorar a inclusão dos jovens no ensino superior.
Já no mês de maio, o 2022 recebeu o jornalista José Salomão David de Amorim, a procuradora do Trabalho, Ludmila Reis Brito, e o professor Hélio Guedes de Campos.
No bate-papo, comandado pelo professor emérito da UnB, Isaac Roitman, o pioneiro da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, o jornalista José Salomão Amorim foi o convidado especial do programa 2022: O Brasil que Queremos, falou sobre a importância do desenvolvimento das tecnologias na área da comunicação e a democratização da cultura, bem como da comunicação no Brasil.
\”Deveríamos ser prudentes, uma vez que as tecnologias não existem no vazio. Elas existem em ambientes sociais, socioeconômicos e políticos. Portanto, antes de ser tão otimistas, nós deveríamos ter prudência pra saber como elas seriam usadas nas sociedades, que as controlaria\”, disse, ressaltando que, \”essa preocupação é válida até hoje, porque, com a internet, se é muito otimista com relação as suas potencialidades, no sentido de democratizar\”. José Salomão também lembrou que, com \”a internet nós quebramos o monopólio que havia dos meios de tradicionais, no processo de busca de informação, de produção da informação e de divulgação da informação\”.
Preconceitos de raça e gênero
Como enfrentar preconceitos de raça e gênero no trabalho? E qual é a principal missão do Ministério do Trabalho no atual contexto brasileiro? Para responder a esses questionamentos, foi convidada a procuradora do Trabalho, Ludmila Reis Brito.
\”Na questão da promoção da igualdade de gênero no mercado de trabalho, nós buscamos o combate, incessante, as discriminações nas relações de trabalho, seja por qualquer tipo de discriminação\”, disse a procuradora, reforçando o trabalho que o Ministério do Trabalho tem feito sobretudo para \”a promoção da igualdade, na regulação do meio ambiente do trabalho, combate do trabalho infantil e regulação do trabalho do adolescente\”.
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
O programa 2022: O Brasil que Queremos entrevistou o professor Hélio Guedes de Campos Barros, que foi secretário da Ciência e Tecnologia Superior do Ceará. Entre diversas pautas, Barros falou sobre o desenvolvimento científico e tecnológico no país e analisou a situação atual do Brasil na área.