Por Ulisses Riedel –
O Brasil só passou a existir como país soberano em 1822, quando foi dado o Grito do Ipiranga, “independência ou morte”. Não é preciso nenhum esforço para perceber que, em 2022, o Brasil irá comemorar os seus dois séculos de independência em crise profunda. Diante dessa realidade, a Universidade de Brasília, a reconhecida UnB, por ato do magnífico Reitor, Ivan Marques de Toledo Camargo, com suporte do Núcleo de Estudos do Futuro, coordenado pelo Professor Emérito Isaac Roitman, resolveu somar o conhecimento acadêmico com os anseios da sociedade, “saindo das salas de aula” para juntar-se com seus professores e alunos, que queiram, à sociedade civil nessa busca de caminhos e atuações correspondentes a um país forte, livre, justo, soberano, feliz, para todo o seu povo. Para tanto, como primeiro passo, estabeleceu uma parceria com a Oscip (organização da sociedade civil de interesse público) União Planetária (UP), criando uma comissão com membros das duas entidades parceiras – UnB e UP. Pela UnB: Isaac Roitman (presidente), Fernanda Antonia Fonseca Sobral, José Córdova Coutinho e Luiz Fernando Molina. Pela UP: Ulisses Riedel, Fernando Freitas e Rogério Fontes de Resende.
O movimento está aberto para toda a sociedade e objetiva a análise das medidas necessárias para alcançar “o Brasil que queremos”, unindo o conhecimento acadêmico com os desejos, os anseios e as perspectivas da sociedade civil, em busca de soluções para os diversos problemas da humanidade. As atividades são realizadas por livre inscrição no movimento, com participação prioritária de professores e alunos, entidades públicas e privadas, coletivos, cidadãos interessados, com a participação em grupos de estudos, que se manifestam por e-mails e com reuniões presenciais ocasionais. Não há votações, mas a busca do entendimento, do denominador comum, do consenso, com encaminhamento prático das decisões consensuais. É preciso que um grupo, mesmo pequeno, mas expressivo, una as suas forças em uma tarefa de mudar a mentalidade, de mudar os valores, saindo de uma perspectiva individualista, materialista, para outra humanista, fundada na solidariedade humana. Não será necessário que mais da metade do mundo se transforme para que o mundo seja transformado, mas é essencial que exista um núcleo forte, ousado, decidido, atuando inteligentemente pela construção de um mundo melhor. A famosa antropóloga Margareth Mead assim se expressou: “Nunca duvide de que um pequeno grupo de cidadãos preocupados e comprometidos possa mudar o mundo. Na verdade, essa é a única via que conseguiu produzir mudanças até agora”. As ideias governam o mundo. Para mudar o agir, é preciso mudar o pensar. É preciso que a sociedade humana tenha como bases de relacionamento o humanismo, a solidariedade, a partilha. Em boa hora, a UnB, com o suporte do Núcleo de Estudos do Futuro, resolveu construir essa plataforma, constituindo a base para este trabalho de gigantesca envergadura, assumindo a construção de núcleos de estudos, pesquisas e atuação isenta, para aprofundar o conhecimento necessário para a edificação de um novo modelo civilizatório virtuoso, alicerçado na liberdade, na justiça, na fraternidade humana, buscando encontrar o equilíbrio perfeito da liberdade com a ética, da justiça com a generosidade e a compaixão, do desenvolvimento com a fraternidade ampla, inclusiva, efetiva, concreta, humana. É atribuída a Arquimedes a frase “Dê-me um ponto de apoio e moverei o mundo”. O projeto da UnB “2022: O Brasil Que Queremos” é a tentativa da construção dessa plataforma, objetivando, com razão e sensibilidade, atuar pela edificação de um mundo melhor, mais justo, mais humano. Certamente, esses estudos, as pesquisas e a própria atuação do movimento precisam chegar ao conhecimento público e, para isso, estão sendo produzidos programas televisivos, para a internet e as redes sociais, com a utilização da UnB TV (canal 15 da NET) e com a parceria da TV SUPREN (canal 2 da NET), da União Planetária, como também estão sendo produzidas mídias impressas. Martin Luther King afirmou: “Fico mais assustado com o silêncio dos bons do que com o grito dos maus”. A história da humanidade mostra, de forma clara, que o ser humano sempre foi muito lento no pensar, aceitando a escravidão, as colonizações, a submissão das mulheres, as guerras. O mundo é o que nós somos. Os nossos valores definem a sociedade. O invisível governa o visível. Enquanto permanecermos omissos e não acordarmos para a essencial mudança de valores, permaneceremos vivendo com conflitos, insanidades, guerras, violências e maldades. As atividades específicas do movimento estão presentes no site, bem como as entrevistas, os artigos, as reuniões dos grupos de estudos, com participações expressivas de inscritos no projeto. Este projeto da UnB e da UP está fadado ao sucesso, pois investe naquilo que há de mais essencial para a sociedade: os estudos, as pesquisas e as atuações, com conhecimento científico e visão humanista, para a construção de uma pátria digna para o povo brasileiro. Participe! Venha! O movimento conta com você. As universidades e a sociedade civil, juntas, podem promover uma saudável transformação. Só depende do nosso empenho. A boa colheita depende da correta semeadura. Só teremos o que fizermos.