Por Eugênio Giovenardi, ecossociólogo –
O Movimento Brasil 2022, que reúne universidades e organismos privados independentes, canais de TV, sabe que as decisões econômicas que influenciam comportamentos culturais, sociais e políticos já foram tomadas pelas grandes empresas multinacionais e bancos centrais de países avançados até o ano 2050. Seus lucros estão garantidos pelo consumo irresponsável de bilhões de pessoas.
A sociedade está dopada por eles e tenta tirar dessas decisões o que lhe interessa e convém. Esta atitude de aceitação e aproveitamento só fortifica o capitalismo globalizado.
Penso que haja necessidade urgente de se achar estratégias alternativas para solapar a ferocidade desse capitalismo e chegar ao ano 2050 com propostas em andamento irrefreáveis.
Os efeitos de boas e sérias atividades esparsas em defesa da natureza e suas riquezas, já dilapidadas, não arranham o agronegócio, as mineradoras e a pesca predatória nos mares.
Minha percepção é que se deva mobilizar a sociedade com ações de rebeldia no campo do consumo, contra o supérfluo e o desperdício.
Um exemplo (entre dezenas): poupar um litro de água por dia significa deixar no solo, em Brasília, 4 milhões de litros/dia. No Brasil, 210 milhões de litros/dia. No mundo, 7.4 bilhões de litros/dia. Não comprar águas de empresas exploradoras de águas subterrâneas: Nestlé, Coca-cola, e outras dezenas.
Alternativas globais, restringindo o consumo em massa de muitos produtos que esgotam a natureza e são oferecidos pelo capitalismo globalizado produzem, a longo prazo, mudanças de comportamento, especialmente se crianças e jovens estiverem envolvidos em cuidar de seu ambiente futuro.
Sabotar com alternativas de mobilidade o uso de carros diminui a queima de combustível fóssil, a contaminação do ar e da água, melhora a saúde da comunidade.
Alternativas locais e regionais não faltam.
Em vez de eleger incompetentes, há que se pôr a imaginação no poder e trocar o lado do disco, como se dizia no passado.