Os programas já foram veiculados pela TV SUPREN no canal 2 da Net, em Brasília, e estão disponíveis na aba ‘Videoteca’ deste site e no canal da emissora no YouTube
Dando continuidade às entrevistas do programa 2022: O Brasil que queremos, o professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), Isaac Roitman, conversou com o engenheiro agrônomo e cientista Luiz Antônio Barreto de Castro, que falou sobre uma das ciências que mais evolui no mundo, a engenharia genética, e destacou o trabalho que desenvolveu ao longo de vinte anos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mas especificamente no Centro Nacional de Recursos Genéticos (Cenargen).
“Eu tive a oportunidade, voltando para o Brasil, de ser convidado pela Embrapa para organizar a engenharia genética na empresa, na área de agricultura. A biotecnologia não existia nem como um termo naquela época porque, quando eu vim em 1980 para a Embrapa, nenhuma planta tinha sido geneticamente modificada. Mas, eu sabia que isso ia acontecer”, lembra Barreto de Castro, destacando, ainda, o trabalho realizado atualmente pelo Cenargen. “Hoje as pessoas no Cenargen sabem fazer engenharia genética de plantas muito bem. Elas não só sabem fazer bem, como elas acompanham o que está acontecendo na fronteira, por exemplo,”.
No programa, o cientista também falou dos entraves na pauta de ciência e tecnologia no Brasil. “O Brasil não tem uma política estável. Ela vive um pouco as mudanças que ocorrem. Chega um novo ministro, um novo presidente, e ele muda… Então o que acho que a gente, em primeiro lugar, nunca conseguiu fazer direito é o seguinte: nós investimos pouco em ciência e tecnologia… Segunda coisa que nós não conseguimos fazer… é a tal da inovação. Nós não fazemos inovação no Brasil. Me recuso a escrever MCTI [Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação] porque não vejo o ‘I’. Não acontece inovação no Brasil, e não acontece principalmente na área farmacêutica”, ressaltou.
Ele também chamou a atenção para a necessidade de uma cultura no país voltada para o estabelecimento de uma articulação maior entre setor público e privado, e defendeu a criação de cursos de mestrados profissionais que tenham o objetivo de incentivar o aluno que faz iniciação científica a abrir sua própria empresa com base tecnológica.
“A nossa proposta, que vou discutir inclusive na Capes, é que na pós-graduação a gente introduza um mecanismo que não existe lá, que, nos Estados Unidos, se chama ‘SBIR’ (Small Business Innovation Research)”, disse Barreto de Castro.
Em seguida, o programa entrevistou o arquiteto, professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) e membro da Comissão do Movimento 2022: O Brasil que queremos, José Carlos Córdova Coutinho, que fez uma pequena retrospectiva do ano de 1968, período que ficou marcado pelo acirramento da ditadura militar no Brasil. Ele trouxe detalhes significativos da UnB nesse período, destacando o desaparecimento de centenas de estudantes e professores.
“Em 1968, o ambiente era muito turbulento. É preciso, hoje, retrospectivamente considerar que estávamos às vésperas do AI 5, basta relembrar este fato. O AI 5 saiu em dezembro de 1968 e eu vim para cá [Brasília], pela primeira vez, em agosto de 1968. Na verdade, ninguém sabia onde estava entrando. A universidade ainda estava sob uma direção civil, mas, em breve, se tornaria uma extensão do poder militar implantado lá. Então foi um momento muito difícil.”, lembrou.
No final da entrevista, Córdova Coutinho também falou do poder cultural e artístico de Brasília, e examinou as políticas de preservação do acervo cultural da capital federal.
Entrevista com futurologista venezuelano
A última entrevista de agosto foi com o futurologista e professor da Singularity University José Luis Cordeiro.
Durante o bate-papo, que durou cerca de 30 minutos, o consultor da NASA foi categórico ao afirmar que as mudanças nas próximas duas décadas serão maiores que nos últimos dois milênios. Na medicina, por exemplo, só existirá a medicina preventiva. Além disso, vai ser possível controlar o envelhecimento e até evitar a morte. Ainda segundo ele, doenças como câncer ou alzheimer não existirão e a telepatia será uma realidade.
Ao falar do Brasil, ele disse que o país poderá ser a Arabia Saudita das energias renováveis, já que tem potencial para ampliar a produção de energia limpa e torna-se uma potência energética mundial.
“O Brasil tem um litoral muito grande. As zonas das praias são muito boas para a energia eólica (vento), porque há o câmbio térmico. A temperatura muda da terra para o mar, então há muitos ventos nas costas, nas prais, no litoral. O potencial energético do Brasil é enorme. O Brasil poderia ser a Arabia Saudita das energias renováveis”, defendeu.
O venezuelano também falou sobre as novas tecnologias e a relação delas com os seres humanos.
Heitor Gurgulino de Souza é entrevistado no 2022
O primeiro programa do 2022: O Brasil que queremos do mês de setembro foi com o ex-reitor da Universidade das Nações Unidas e presidente da Academia Mundial de Artes e Ciência, Heitor Gurgulino de Souza, que é uma das personalidades brasileiras mais importantes no cenário internacional.
Ao longo do bate-papo, temas de extrema importância para o Brasil como educação, ciência e tecnologia foram debatidos pelo nosso convidado, que também destacou os dilemas desses setores, seus avanços e desafios para o futuro. \”Eu acho que nós melhoramos muito nesses últimos anos. Sem dúvida nenhuma, o nosso desenvolvimento científico, pela condição científica dos nossos professores e pesquisadores, aumentou substancialmente… Houve progresso nos últimos anos. Porem, ainda temos grandes desafios\”, ressaltou.
Assista às estreias do 2022, todas as terças-feiras às 22h00 e as quintas-feiras às 22h30 na TV SUPREN, no canal 2 da NET em Brasília.
Veja, aqui, todas as entrevistas e painéis do 2022 na íntegra.