“Uma educação pública sem uma gestão de qualidade e sem alegria, está fadada a falência”, afirmou a educadora Márcia Acioli do (Inesc)

A Comissão Senado do Futuro realizou na última segunda-feira (23/04/18), a quarta Audiência Pública do clico de debates que promove em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a União Planetária (UP) através do “Movimento 2022:  O Brasil que Queremos”. O debate teve como objetivo principal discutir as fronteiras da educação brasileira.

Coordenada pelo presidente da Comissão Senado do Futuro, senador Hélio José (Pros-DF), a mesa de debate contou com a participação do educador português José Pacheco, da Escola da Ponte de Portugal, e precursor da iniciativa Comunidade de Aprendizagem do Paranoá (DF), do Fredric Michael Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), da educadora Márcia Acioli, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), do professor Heitor Gurgulino de Souza, presidente da Academia Mundial de Artes e Ciências (WAAS), e do professor emérito da UnB, Isaac Roitman.

Para Fredric Michael Litto, é necessário reconhecer que o efeito entrópico está tornando a aprendizagem no Brasil cada vez mais obsoleta. “A educação nos coloca em uma constante dicotomia: devemos olhar para modelos de ruptura ou para modelos de evolução? Questionou o presidente da Abed. Ele não reforçou que “precisamos vencer a inércia dos que são contra a evolução”.

\"\"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Já a educadora Márcia Acioli, o importante não é humanizar os jovens e adolescentes das periferias ou os que cumprem medidas socioeducativa, mas humanizar um sistema que é “brutal e impiedoso”. Para ela, há um discurso bastante romantizado sobre educação no Brasil. “A educação não se dá nas instituições. Se dá na vida. As unidades de internação de medidas socioeducativas realizam a contenção de vozes e de corpos. As crianças internas precisam conhecer seus direitos e dialogar com as autoridades que cerceiam sua liberdade. E essa conversa precisa ocorrer sem estigmas. Devemos trabalhar com princípios”.

Em sua fala, o educador português José Pacheco reafirmou que “a educação convive com uma realidade que não pode ocorrer, porque não é preparar para a cidadania, mas construir com a cidadania. A educação não pode ser uma panaceia, um remédio para todos os males. Se a escola não conseguir educar para a garantia do direito de todos, onde está a ética? Isso não é uma opção”.

Já o professor Heitor Gurgulino de Souza defendeu uma educação que prepare as crianças e jovens para a vida. “Precisamos pensar em uma educação que nos prepare para o futuro hoje”.

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que estava presente no plenário, disse que “a educação é o único caminho para emancipação e o caminho para acabarmos com os demais problemas que o Brasil apresenta”.

Mauro Mendes, membro do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (SintFUB), que também estava entre os presentes e acompanhou toda o debate, disse que as reivindicações por uma educação pública de qualidade vão além de uma luta por salários satisfatórios. “A Universidade de Brasília não é apenas um patrimônio do Distrito Federal, mas do Brasil. Precisamos preservar estas conquistas”, defendeu.

Recommended Articles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *